A crise nos transportes aéreos e marítimos na ilha do Maio agravou-se no último fim-de-semana, obrigando um grupo de passageiros a recorrer a bote para se deslocar até à cidade da Praia.
A situação extrema ocorreu após vários dias sem ligações marítimas regulares com a capital do país e com os voos aéreos sobrelotados, devido à reduzida capacidade da aeronave actualmente em operação.
Confrontados com a urgência de sair da ilha, alguns residentes optaram por fazer a travessia numa pequena embarcação, expondo-se a riscos consideráveis.
A deputada nacional Adelaide Brito classificou o episódio como “inaceitável”, sublinhando que, 50 anos após a independência, “não é admissível que cidadãos tenham de recorrer a práticas sem segurança e sem dignidade para se deslocarem no território nacional”.
Apesar de os passageiros terem chegado bem ao destino, a embarcação utilizada viu a sua documentação apreendida pelas autoridades.
A próxima ligação marítima com a ilha do Maio está prevista para a noite de hoje, ainda assegurada pelo navio Dona Tututa, enquanto se aguarda a retoma efectiva das operações do navio Kriola, anunciada para hoje, mas sem confirmação oficial até ao momento.